sábado, 24 de julho de 2010

Óleos infusos

Você já sabe como utilizar os óleos vegetais mais comuns. Sabe que eles podem ser passados puros sobre a pele, usados para fazer sabão, sabonete, shampoos, etc. Agora vamos conhecer os óleos infusos.
São os mesmos óleos vegetais que você já usa, porém infusos com ervas. Estas ervas contêm princípios ativos interessantíssimos, que se transferem para o óleo-base, tornando-o um novo produto.
Para fazer óleos infusos, você precisa primeiro conhecer cada erva, seus princípios, sua procedência, seu estado atual (fresca ou desidratada, limpa ou suja, velha ou nova) e qual o efeito que o óleo infuso fará depois de pronto.
Novamente, não vamos fazer uma longa lista de ervas, mas citaremos somente aquelas que costumamos ter em casa para preparar chás ou temperar comida. Com elas é possível preparar remédios e cosméticos de ótima qualidade.
Quando seu conhecimento sobre as ervas estiver mais aprofundado, você poderá elaborar suas próprias receitas com ervas e óleos.
É bom lembrar que as informações aqui contidas não substituem o atendimento médico e não visam tratar doenças. Qualquer uso que se faça das informações aqui contidas é de responsabilidade exclusiva do leitor.

Ervas utilizadas

Alecrim - Ajuda a tratar bronquite e cefaleia. O aroma renova os ânimos. É um excelente tratamento para o couro cabeludo. Antisséptico.

Arnica - Para dor muscular, antiinflamatória, combate a artrite e ajuda a tratar contusões e luxações. Não pode ser aplicada em feridas abertas - somente para uso tópico.

Camomila - Relaxante, calmante, antisséptico. Amacia a pele, tem ação cicatrizante e clareadora.

Canela - Tonifica a pele, melhora a circulação periférica. Tem ação antisséptica. Seu aroma é afrodisíaco.

Cravo-da-índia - Fungicida, bactericida, analgésico, antimicótico. Fortalece as unhas e combate a dor-de-dentes. Pode ser usado na limpeza do couro cabeludo. Seu aroma é afrodisíaco.

Erva-doce - Seu aroma é calmante. Combate a insônia, acalma os nervos. Pode ser usado em massagens para aliviar cólicas.

Gengibre - Seu aroma melhora enjôos e dores de cabeça. Sobre a pele, melhora a cirgulação, diminui câimbras e tem ação desodorante.

Casca de limão - Bactericida, antisséptico, aromático, com leve efeito antidepressivo. Estimulante mental.

Manjericão - O aroma tem leve efeito antidepressivo. Ajuda a dilatar os brônquios.

Noz-moscada - Analgésico, antisséptico, estimulante, tônico. Melhora a circulação, náusea e vômitos. Não deve ser usado por mulheres grávidas. Seu aroma é levemente afrodisíaco.

São poucas ervas, mas já é possível fazer alguns cosméticos e linimentos. Agora é preciso escolher um óleo vegetal adequado ao uso que se vai fazer do produto final. Lembre-se das indicações de cada óleo para fazer uma boa escolha. Todavia, quase todas as ervas podem ser utilizadas com azeite de oliva ou óleo de amêndoas.


Como fazer o óleo infuso a frio

Existem dois métodos de infusão: a frio e a quente. No momento vamos estudar apenas a infusão a frio, já que o calor pode destruir os óleos essenciais das ervas, e só deve ser usado em infusões específicas. A infusão a frio é demorada mas preserva melhor as qualidades da erva e do óleo.
Você vai precisar de 10g da erva desidratada. Não compre na rua. Existem herbanários e lojas que vendem os saquinhos. Estas ervas têm data de envase e de validade impressa na embalagem, nome do fornecedor, etc. É melhor que comprar produtos de origem incerta.
Se for desidratar suas próprias ervas, certifique-se de colhê-las no momento certo e de que estejam totalmente secas antes de usá-las.
Alguns óleos rancidificam depressa, outros duram mais tempo. Certos óleos, como o óleo de coco e o de dendê, engrossam quando a temperatura cai; isto é normal. Basta deixá-los à temperatura ambiente, que voltam à consistência normal.

Material necessário

1 vidro de boca larga e tampa de rosca
Óleo vegetal suficiente para cobrir a erva
10g da erva escolhida
Etiqueta e caneta
Peneira
Tecido fino (cambraia, pano de fralda)
Vidro escuro para guardar o óleo pronto

Afervente bem o vidro e a tampa para esterilizar. Escorra, seque com papel toalha.
Coloque a erva seca no fundo do pote de vidro de boca larga. Cubra com o óleo à temperatura ambiente (não pode ficar erva seca para fora do óleo).
Com um lápis ou palito, mexa a erva para tirar bolhas de ar. Tampe o vidro e coloque uma etiqueta com a data, a erva e o óleo.
Guarde num armário da cozinha, longe do sol, do calor, de produtos químicos de cheiro forte.
Este óleo deverá permanecer fechado por 4 a 6 semanas. Agite todas as manhãs, balançando sem abrir o vidro.
Passado o período de infusão, abra a tampa e cheire o produto. Se tiver cheiro de ranço, ou outro mau-cheiro diferente do aroma característico da planta, o óleo estragou. Se estiver com o cheiro da erva, e o óleo estiver translúcido e com a viscosidade normal, é porque está pronto. Algumas ervas colorem o óleo, outras não.
Afervente o vidro escuro em que o óleo ficará guardado e seque muito bem. Coloque a peneira sobre a boca do vidro e, sobre ela, o pano que vai ser usado para filtrar o óleo (passe este pano a ferro antes, para matar bactérias).
Despeje lentamente o óleo, para não transbordar. Espere coar totalmente. Esprema bem o pano para aproveitar cada resquício de óleo. Está pronto para o uso. Fácil, não é?
Agora, coloque uma etiqueta no vidro escuro. Ele deverá ser conservado na geladeira. A validade é de 6 meses a partir da data da filtragem, lembrando que se o óleo apresentar alterações suspeitas de cor, cheiro e viscosidade, deverá ser descartado.
Quando for utilizar, pingue o óleo na mão ou num pires, não intriduza nenhuma colher ou utensílio no óleo, para eviar contaminação.

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