sábado, 24 de julho de 2010

Beleza é poder

A busca pelo Belo é a única justificável.
Não devemos ser românticos e irracionais e achar que devemos buscar ajudar, trabalhar muito, ter uma vidinha simples, nos contentar com pouco e viver sem compreender e elaborar melhor nossos atos e pensamentos.
Somos seres humanos. Desde que nos firmamos sobre duas pernas, nosso objetivo é o Belo. É o que nos diferencia dos animais. Somos hedonistas. Todo ser humano cuja busca pelo Belo é frustrada, torna-se amargo, vazio, baixo, fraco, fútil, vulgar.
Por quê? Porque queremos e ansiamos pelo que é elevado e nobre, porque desprezamos o que é efêmero e trivial, e desejamos o que é superior.
A Beleza é, e sempre foi para nós, a representação daquilo que é Bom e Belo e merece ser almejado.
Não é possível dar uma definição absoluta de belo, embora se possa estudar suas várias acepções no curso da história. A dificuldade de conceituar o belo acompanha a história da filosofia, desde a Grécia Antiga. "Toda beleza é difícil", indica Sócrates (469-399 a.C).
Antigamente, dizia-se que a beleza era a expressão do favor dos deuses. Depois passou a ser símbolo de nascimento nobre. Hoje, é uma espécie de influência que envolve aos que a cercam, abre portas, galga posições. Até as crianças reconhecem e são atraídas pela Beleza. Então é inegável que ela é algo a que estamos inerentemente submissos e atraídos.
Engana-se quem acha que beleza é simplesmente ter nascido com traços bem-feitos e um belo corpo. Esse é apenas uma faceta das muitas que a Beleza possui.
Beleza, de acordo com as muitas definições históricas e filosóficas de todas as épocas, é um conjunto; é a pessoa tornar-se a expressão viva do Belo, do ideal de perfeição, do que é correto, justo e bom.
É claro que não existe beleza perfeita. O que existem são graus de refinamento, são níveis de conhecimento e desenvolvimento das qualidades que, juntas, compõem a Beleza.
Nossos ancestrais alcançaram um alto grau de conhecimento nesses aspectos. Foram muito além do que hoje conseguimos alcançar, mesmo com todos os nossos recursos atuais. Porque nós hoje somos como macacos providos de ferramentas: temos os meios mas não sabemos como utilizá-los, nem pra quê. Prova disso é que muita gente se submente a cirurgias plásticas e fica pior que antes. O mau uso das ferramentas demonstra a ignorância daqueles que as utilizam.
Mas nossos antepassados deixaram registros de seus triunfos. Hoje, milênios depois, uma parcela do que eles obtiveram nos é revelada por meio das descobertas arqueológicas. Esses registros mostram como, em sua sabedoria, estavam muito acima de nós. Eles sabiam que Beleza não é um padrão. Beleza é grandeza. É o máximo grau de exaltação de características desejáveis, e reunidas a elas, outras características sublimadas produzem um lampejo do Belo. Sim, um lampejo.
Sabemos que nem nos nosso mais ambiciosos sonhos seremos capazes de alcançar a Beleza suprema. O que nos resta é subir os degraus que levam a ela.
Os olhos, os pensamentos, as mãos das pessoas se voltam para a beleza. Quem a tem, e é consciente disso, exerce poder. A beleza atrai o ladrão mais que o ouro, dizia Shakespeare. É verdade. Dinheiro não pode comprar o que pode obter o profundo conhecimento humano, a perspicácia e a sensibilidade daqueles que vivenciam a Beleza.

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